GenZ e a equidade de gênero no mercado de trabalho

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GenZ: o impacto das gerações na discussão de equidade de gênero

Como as diferentes gerações olham para a questão da equidade de gênero no trabalho? Atualmente, existem pelo menos 4 gerações ocupando cargos no mercado: baby boomers, geração X, Y (millennials) e Z. 

Experiências pessoais, valores culturais e as mudanças nas normas sociais ao longo do tempo vão alterando a percepção das pessoas sobre determinado assunto e é papel das empresas se adaptarem às transformações da sociedade. 

Hoje, pensar a equidade de gênero tem sido primordial para garantir a sustentabilidade dos negócios. Por um lado, as pessoas estão mais críticas em relação à sua oferta de mão de obra, por outro lado, grandes investidoras estão colocando como critério para aporte financeiro o respeito às ESGs.

Leia também: a importância da equidade de gênero nas empresas 

Portanto, falar sobre equidade de gênero e diversidade não é uma demanda apenas da geração mais jovem, apesar de a geração Z poder ser considerada a principal aliada quando o assunto é inclusão das diferenças no mercado de trabalho. 

Gerações presentes no mercado de trabalho hoje

Na sua empresa, com certeza existem equipes formadas com pessoas de diferentes gerações e agradar a todas elas pode ser uma tarefa muito difícil, mas existem temáticas, como a equidade de gênero, que podem aproximar todas essas pessoas. 

Veja quais são as gerações presentes no mercado de trabalho hoje e algumas das suas características: 

Geração Baby Boomers

A geração que nasceu entre 1946 e 1964 cresceu em uma época em que as desigualdades de gênero eram mais pronunciadas. Embora muitas pessoas dessa geração tenham desempenhado papéis tradicionais de gênero no trabalho, também houve uma parcela significativa que lutou pela igualdade.

Em uma pesquisa divulgada pela Revista Exame em março deste ano revelou que 41% dos Baby Boomers afirmam já ter realizado uma ação em prol da equidade de gênero no último ano. Quando se trata da geração Z, esse número aumenta para 68%. 

Muitos Baby Boomers têm um forte senso de meritocracia e é isso que leva muitas pessoas dessa geração a acreditar que as mulheres devem ter as mesmas oportunidades que os homens – este pode ser o ponto de partida para iniciar uma conversa sobre igualdade de gênero com esse público. 

O que a geração Baby Boomer valoriza: 

  • Estabilidade e progressão na carreira;
  • Dedicação ao trabalho;
  • Ética profissional;
  • Tendem a preferir um modelo de trabalho mais tradicional.

Leia também: desigualdade salarial, por que os homens ainda ganham mais que as mulheres? 

Geração X:

A geração X, formada por pessoas que nasceram entre 1965 a 1980, nasceu e cresceu durante a ditadura brasileira. Apesar das dificuldades do momento, essa geração também testemunhou mudanças significativas nos papéis de gênero e foi a primeira a vivenciar o aumento do número de mulheres no mercado de trabalho.

A geração X já está mais propensa a apoiar a diversidade e a inclusão no local de trabalho, buscando promover a equidade de gênero dentro das equipes. O equilíbrio entre vida pessoal e trabalho pode ser o caminho para iniciar uma conversa sobre equidade de gênero no mercado de trabalho. 

O que a geração X valoriza: 

  • Independência e autonomia;
  • Equilíbrio entre vida pessoal e profissional;
  • A possibilidade de questionar as regras estabelecidas;
  • Formas de comunicação mais diretas.

Geração Y (millennials):

A Geração Y, também conhecida como geração do milênio, é aquela que nasceu entre 1981 e 1996. Com rápidas e intensas mudanças tecnológicas, essa geração acompanhou e segue acompanhando as transformações no mercado de trabalho. 

Esta é, efetivamente, a geração responsável pela valorização da igualdade de gênero e da diversidade no local de trabalho. Millennials são questionadores, não só em relação ao trabalho, mas também em relação às próprias normas de gênero.

Para mudar a realidade que vivem, muitas pessoas da geração Y acabam desenvolvendo uma forte mentalidade empreendedora. Falar sobre equidade de gênero com a geração Y é mais fácil, afinal, essa geração já procura estabelecer ambientes de trabalho mais colaborativos e flexíveis.

O que a geração Y valoriza: 

  • Propósito no trabalho;
  • Igualdade de oportunidades;
  • Flexibilidade e colaboratividade;
  • Inovações e novas tecnologias.

Geração Z:

A Geração Z é a geração da vez e compreende pessoas nascidas a partir de 1997. Essas pessoas estão entrando no mercado de trabalho agora e trazem consigo uma mentalidade mais inclusiva e ativista. Afinal, geração Z tende a ser altamente consciente das questões de justiça social, além disso muitos se envolvem em ativismo online e offline.

A igualdade de gênero, que era vista como responsabilidade dos millennials, agora está nas mãos dessa geração. Eles cresceram em um momento em que questões relacionadas à igualdade de gênero estão cada vez mais presentes na mídia e na sociedade. 

No mercado de trabalho, a geração Z tende a valorizar a diversidade e tem propensão a escolher empregadores que demonstrem compromisso com a igualdade de gênero.

O que a geração Z valoriza: 

  • Tecnologias;
  • Diversidade, inclusão e sustentabilidade;
  • Comunicação rápida;
  • Aprendizado contínuo. 

As gerações e equidade de gênero: vantagens e desafios no trabalho 

A geração Z é, definitivamente, a geração mais propensa a valorizar a diversidade e a equidade de gênero no trabalho. Pessoas da geração Z são mais inovativas, colaborativas, flexíveis e capazes de se ajustar a novas situações e desafios no ambiente corporativo. Mas nem tudo são flores. 

Pessoas da geração Z também tendem a ser muito imediatistas e podem acabar desengajando com muita facilidade de projetos, ações e até mesmo da própria rotina de trabalho. Outro desafio é fazer com que essa geração desenvolva um equilíbrio entre a individualidade e a colaboração nas tarefas de equipe.  

Entre as vantagens e desafios de lidar com cada geração, está o encontro de todas elas. Convivendo na mesma equipe, pessoas de diferentes gerações ficam mais propensas a compreender o ponto de vista das outras pessoas e isso se reverte em mais inovação. 

Ao contratar diversos profissionais com o mesmo perfil, uma empresa perde em criatividade, em inovação e, muitas vezes, em produtividade e lucratividade. 

Leia também: diversidade e inclusão de janeiro a janeiro 

Como gerir uma equipe diversa para equidade de gênero

A idade que uma pessoa tem não diz tudo sobre ela, mas especialmente no ambiente de trabalho, a geração pode dar pistas sobre a forma como uma pessoa colaboradora compreende a dinâmica de trabalho e as coisas que mais valoriza, como vimos acima. 

Juntas, as gerações presentes no ambiente de trabalho hoje garantem um aprendizado mútuo e troca de conhecimentos. Afinal, cada geração traz consigo perspectivas importantes para o ambiente de trabalho. Além disso, com mais diversidade, os ambientes corporativos ficam melhores. 

Leia também: empresas mais inclusivas, equipes mais felizes

Aqui vão algumas dicas para gerir uma equipe diversa para alcançar a equidade de gênero na sua organização: 

  1. Invista em uma cultura de inclusão. Estabeleça políticas e práticas que garantam igualdade de oportunidades e tratamento justo para todas as pessoas;
  2. Estabeleça metas de equidade de gênero e eduque sua equipe;
  3. Incentive a participação ativa de todas as pessoas, encorajando-as a compartilhar seus pontos de vista;
  4. Combata todos os tipos de assédio e discriminação;
  5. Pratique uma escuta ativa e reveja os processos constantemente. 

Se precisar de ajuda para lidar com as diferentes gerações no seu negócio, pode contar comigo e com a Mulheres no Comando, vamos juntas pela equidade de gênero em todos os espaços e ambientes.

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